10/4 - É preciso imitar Jesus!
MISSA DE SEMPRE
DOUTRINA CATÓLICA E ESPIRITUALIDADE
segunda-feira, 10 de abril de 2023
domingo, 9 de abril de 2023
sábado, 8 de abril de 2023
Meditações para a Quaresma - Santo Tomás de Aquino
46. Sábado santo: Utilidade da descida de Cristo aos infernos
Sábado santo
Da descida de Cristo aos infernos podemos tirar quatro ensinamentos para nossa instrução.1. — Primeiro, uma firme esperança em Deus, pois quando quer que o homem esteja em aflição, deve sempre esperar do auxílio divino e nele confiar. Nada há de mais sério do que cair no inferno. Se portanto Cristo libertou os que estavam nos infernos, cada um, se é de fato amigo de Deus, deve muito confiar para que Ele o liberte de qualquer angústia. Lê-se: "Esta (isto é, a sabedoria) não abandonou o justo que foi vencido (...) desceu com ele na fossa, e na prisão o não abandonou" (Sb 10, 13-14). Como Deus auxilia aos seus servos de um modo todo especial, aquele que O serve deve estar sempre muito seguro. Lê-se: "O que teme ao Senhor por nada trepidará e nada temerá por que Ele é a sua esperança" (Ecl 39, 16).
2. — Segundo, devemos despertar em nós o temor, e de nós afastar a presunção. Pois, apesar de Cristo ter suportado a paixão pelos pecadores, e ter descido aos infernos, não libertou a todos, mas somente àqueles que estavam sem pecado mortal, como acima foi dito. Aqueles que morreram em pecado mortal, deixou-os abandonados. Por isso, ninguém que desça de lá com pecado mortal espere perdão. Mas ficarão no inferno o tempo em que os Santos Patriarcas estiverem no Paraíso, isto é, para toda a eternidade. Lê-se em São Mateus: "Irão os malditos para o suplício eterno, os justos, porém, para o Paraíso" (Mt 25, 46).
3. — Terceiro, devemos viver atentos, porque se Cristo desceu aos infernos para a nossa salvação, também nós devemos com solicitude lá descer em espírito, meditando sobre às penas nele existentes, imitando o Santo Ezequias, que dizia: "Irão os malditos para o suplício eterno, os justos, porém, para o Paraíso" (Is 38, 10). Desse modo, aquele que em vida vai lá pela meditação, não descerá facilmente para o inferno na morte, porque essa meditação afasta do pecado. Aos vermos como os homens deste mundo evitam as más ações por temor das penas temporais, como não deveriam eles muito mais se resguardarem do pecado por causa das penas do inferno, que são muito mais longas, mais cruéis e mais numerosas? Eis porque lê-se nas Escrituras: "Lembra-te dos teus últimos dias, e não pecarás para sempre" (Ecl 7, 40).
4. — O quarto ensinamento tirado da descida de Cristo aos infernos, é nos ter Ele oferecido um exemplo de amor. Cristo desceu aos infernos para libertar os seus. Devemos também nós lá descer pela meditação, para auxiliar os nossos. Eles, por si mesmos, nada podem conseguir. Nós é que devemos ir em socorro dos que estão no purgatório. Se alguém não quisesse socorrer um ente querido que estivesse na prisão, como isso nos pareceria cruel! No entanto, seria muito mais cruel aquele que não viesse em socorro do amigo que está no purgatório, pois não há comparação entre as penas deste mundo e aquelas. Lê-se a esse respeito: "Tende piedade de mim, tende piedade de mim, pelo menos vós, ó meus amigos, porque a mão de Deus me socorre" (Jo 19, 21). — "É santo e salutar o pensamento de orar pelos defuntos para que sejam livres dos pecados" (Mc 19, 46). São auxiliados os que estão no purgatório principalmente por três atos, conforme disse Agostinho: pelas Missas, pelas orações e pelas esmolas. Gregório acrescenta um quarto: o jejum. Não deve causar admiração que assim seja, porque também neste mundo o amigo pode satisfazer pelo amigo. A mesma coisa acontece com os que estão no purgatório.
In Symb.
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)
Padre Pio - Frases para cada dia do ano
8/4 - Em cada evento aprenda a reconhecer e a adorar a vontade de Deus.
sexta-feira, 7 de abril de 2023
Meditações para a Quaresma - Santo Tomás de Aquino
45. Sexta-feira santa: A morte de Cristo *
Sexta-feira santa
Foi conveniente que Cristo morresse, pelas seguintes razões:1. Para consumar a nossa redenção, pois, apesar da Paixão ter virtude infinita por causa da união da divindade, não foi durante um sofrimento qualquer que nossa redenção foi consumada, mas na morte de Cristo. Por isso diz o Espírito Santo pela boca de Caifás (Jo 11, 50): convém que morra um homem pelo povo. E santo Agostinho: Admiremos, congratulemo-nos, rejubilemo-nos, amemos, louvemos e adoremos, pois, pela morte de nosso redentor, fomos chamados das trevas à luz, da morte à vida, do exílio à pátria, do luto à alegria.
2. Para o aumento da fé, da esperança e da caridade. Quanto ao crescimento da fé, aquilo do salmista: quanto à mim, estou só até que eu passe, i. é, deste mundo ao Pai. Mas, quando tiver passado deste mundo ao Pai, então serei multiplicado. Se o grão de trigo que cai na terra não morre, permanece só. Quanto ao crescimento da esperança, diz o Apóstolo (8, 32): O que não poupou nem o seu próprio Filho, mas por nós todos o entregou, como não nos dará também com ele todas as coisas? É inegável que dar todas as coisas é ainda menos que entregar Cristo à morte por nós. São Bernardo diz: "Quem não se encherá da esperança de possuir confiança, se considerar a posição do corpo crucificado de Cristo? Sua cabeça inclinada, para dar-nos o ósculo da paz; seus braços estendidos, para nos abraçar; suas mãos traspassadas, para nos cumular de bens; seu coração aberto, para nos amar; seus pés cravados, para permanecer conosco". Lemos nas Escrituras (Ct 2, 14): "Pomba minha, tu que te recolhes nas aberturas da pedra". Nas chagas de Cristo, a Igreja estabeleceu e fez seu ninho, colocando a esperança de sua salvação na Paixão do Senhor; e assim protege-se das surpresas do falcão, i. é, do diabo. Quanto ao crescimento da caridade, aquilo das Escrituras (Ecle 43, 3): "Ao meio dia queima a terra". Ou seja, no fervor da Paixão, ardem de amor os corações terrestres. Diz ainda são Bernardo: "O cálice que bebestes, ó bom Jesus, mais que tudo, vos fez amável. A obra de nossa redenção reivindica absoluta e prontamente todo nosso amor para si; ela faz agradável a devoção, torna-a mais justa, une-nos mais estreitamente e com maior veemência nos toca o coração."
3. Por causa do sacramento da nossa salvação, para que, pelo exemplo de sua morte, morrêssemos para este mundo. "Por isso a minha alma prefere a suspensão, os meus ossos preferem a morte" (Jó 7, 15). E são Gregório comenta: "A alma é a intenção do espírito, os ossos são a força da carne. O que está suspenso, foi erguido do chão. A alma, portanto, foi erguida às coisas da eternidade, para que morram os ossos, pois o amor da vida eterna destrói em nós toda a força da vida exterior". Ser desprezado pelo mundo é o sinal desta morte. São Gregório acrescenta: "o mar retém os corpos viventes, mas rejeita os cadáveres".
De humanit. Christi
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)
Padre Pio - Frases para cada dia do ano
7/4 - Esforce-se em unir a prudência dos adultos com a simplicidade das crianças.
quinta-feira, 6 de abril de 2023
Meditações para a Quaresma - Santo Tomás de Aquino
44. Quinta-feira santa: A ceia do Senhor *
Quinta-feira santa
O Sacramento do Corpo do Senhor foi convenientemente instituído na Última Ceia, e isso por três razões:1. Em razão daquilo que este sacramento contém: ou seja, o próprio Cristo. No momento de deixar os discípulos em sua própria figura, Ele permanece com eles sob a forma sacramental, assim como, na ausência do imperador, exibe-se a sua imagem. Daí o dizer Eusébio: "Como o corpo que assumira havia de ser retirado da nossa visão corporal e elevado ao céu, era preciso que, na Ultima Ceia, Ele consagrasse para nós o sacramento de seu corpo e de seu sangue, afim de que pudéssemos continuar a adorar no mistério o que uma vez ofereceu para nosso resgate".
2. Pois, sem a fé na Paixão, não pode haver salvação. Era pois preciso que sempre houvesse entre os homens algum sinal que representasse a Paixão do Senhor, que, na antiga lei, era principalmente representada pelo Cordeiro Pascal. No Novo Testamento, o Cordeiro pascal foi sucedido pelo sacramento da Eucaristia, que é um memorial da Paixão realizada no passado; assim como o Cordeiro era figurativo da Paixão que ocorreria no futuro. Era portanto conveniente que, nas vésperas da Paixão, após ter celebrado o sacramento anterior, fosse instituído o novo.
3. Pois, quando os amigos se separam, suas últimas palavras são guardadas com mais zelo pela lembrança. Sobretudo, porque o sentimento de afeição por eles é então mais ardente; e as coisas que mais nos tocam mais profundamente se imprimem na alma. Ora, entre os sacrifícios, nenhum poderia ser maior que o do corpo e sangue de Nosso Senhor, e nenhum dom poderia ser maior que este; por isso, para que fosse tido com maior estima, o Senhor instituiu este sacramento no momento de deixar seus discípulos. Por isso disse Agostinho: o Salvador, para recomendar com maior veemência a grandeza deste mistério, quis imprimi-lo por último nos corações e na memória dos seus discípulos, os quais havia de deixar na sua Paixão.
Devemos notar que este sacramento possui uma tripla significação:
1. Quanto ao passado, enquanto é comemorativo da Paixão do Senhor, que foi um verdadeiro sacrifício, este sacramento é chamado sacrifício.
2. Quanto ao presente, i. é, à unidade da Igreja, e para que os homens se congreguem por este sacramento, é ele chamado comunhão. São João Damasceno diz que o chamamos comunhão posto que, por ele, comungamos com Cristo, participamos da sua carne e divindade e, por Ele, comungamos e nos unimos uns aos outros.
3. Quanto ao futuro, enquanto prefigura o gozo de Deus que existirá na pátria, este sacramento é chamado viático, posto que nos apresenta o caminho para lá chegarmos. Sob este aspecto, também é chamado Eucaristia, que quer dizer "boa graça", pois a graça de Deus é a vida eterna; ou porque contém realmente o Cristo que é a mesma plenitude da graça. Em grego, é chamado metalipsis, i. é, consumição, pois por ele tomamos a divindade do Filho de Deus.
De Humanitate Christi
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)
quarta-feira, 5 de abril de 2023
Meditações para a Quaresma - Santo Tomás de Aquino
43. Quarta-feira santa: Três ensinamentos místicos no Lava-Pés
Quarta-feira santa
"Depois lançou água numa bacia, e começou a lavar os pés dos discípulos, e a limpar-lhos com a toalha com que estava cingido" (Jo 13, 5)Nesta passagem podemos tirar três ensinamentos místicos:
1. A água que lançou numa bacia significa a efusão de seu sangue na terra. Com efeito, o sangue de Jesus pode ser chamado água, pois tem poder para lavar. E foi por isso que, na cruz, saiu de seu lado traspassado sangue e água, para dar a compreender que seu sangue tem poder para lavar os pecados. Também podemos compreender, pela água, a Paixão de Cristo. "lançou água numa bacia", i. é, imprimiu a memória da sua Paixão nas almas dos fiéis pela fé e pela devoção. "Lembra-te da minha pobreza e tribulação - absinto e fel que me fazem beber" (Lm 3, 19).
2. Ao dizer "começou a lavar os pés dos discípulos", faz alusão à imperfeição humana; pois os Apóstolos, depois de Cristo, eram os mais perfeitos e, no entanto, precisavam ser purificados, pois tinham algumas impurezas. Isso nos mostra que o homem, por melhor que seja, tem necessidade de se aperfeiçoar; e que contrai algumas manchas, conforme aquilo dos Provérbios (20, 9): "Quem pode dizer: O meu coração está puro, estou limpo do pecado?". Contudo, estão sujos apenas nos pés. Outros, ao contrário, não estão sujos apenas nos pés, estão totalmente sujos. Ora, os que jazem no chão sujam-se totalmente com as imundices da terra. Do mesmo modo, sujam-se totalmente os que se apegam totalmente às coisas da terra, já pelo sentimento, já pelos sentidos. Mas os que estão de pé, ou seja, os que buscam as coisas céu com o espírito e o coração, estão sujos apenas nos pés. Ora, assim como o homem de pé precisa ao menos tocar a terra com os pés para sustentar-se, nós, enquanto vivermos nessa vida mortal, que precisa das coisas terrestres para o sustento do corpo, contraímos algumas manchas, ao menos pelos sentidos. Por isso o Senhor recomenda aos discípulos sacudir o pó dos seus pés (Lc 9, 5). Diz o Evangelho: "começou a lavar", pois a ablução dos afetos terrenos começa aqui embaixo, e é consumada no futuro. Assim, a efusão de seu sangue é significada pelo ter vertido a água numa bacia; e a ablução de nossos pecados, pelo ter começado a lavar os pés dos discípulos.
3. Finalmente, vê-se a aceitação de nossas penas sobre ele mesmo. Cristo não apenas limpou nossas manchas, mas tomou sobre si mesmo as penas incorridas pelas nossas faltas. Nossas penas e nossa penitência seriam insuficientes, se não tivessem por fundamento o mérito e a eficácia da Paixão de Cristo. O que é significado pelo ter secado os pés dos discípulos com um linho, i. é, o linho de seu corpo.
In Joan XIII.
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)